Cheirinho
de casa de vó
ProfªElizângela
Áreas Ferreira de Almeida
Ah... que lembranças agradáveis me vem à
cabeça só de pensar na minha infância. Basta eu ficar um pouquinho parado e
pensativo que as imagens vêm em minha mente, cada qual carregada de
acontecimentos e vão disputando um lugar em minha memória...
Quando a gente é criança todo lugar é
mágico e misterioso... e é cenário para as inúmeras brincadeiras. Basta estar
sozinho no quintal de casa que esses pequenos metros quadrados já se
transformam em um mundo movimentado, habitado por gente grande que sempre está
ocupada em seus afazeres e nós, crianças, nos preocupamos apenas em observar
tudo à nossa volta. Tudo é muito intenso... sons, cheiros.
Lembro-me de quando cheguei ao Brasil, comseis
anos, não sabia muito comparar, mas logo percebi que as ruas tranquilas do
Japão foram substituídas por avenidas muito movimentadas e que por aqui, apesar
da pobreza, as pessoas tinham mais tempo para se divertir e ficar com a
família. Eu e meus pais fomos morar com minha avó,e nem é preciso dizer que
casa de vó é o melhor lugar do mundo! A casa era muito aconchegante e alegre,
rodeada de plantas e animais.
Minha vida de menino resumia-se a
acordar bem cedinho e aguardar ansioso pelo café quentinho de minha avó.
Enquanto arrumava-me, aquele cheirinho ia se espalhando pela casa e logo me assentava
à mesa com meus pais para aquela primeira refeição do dia, que eu tanto
adorava!
A escola era a minha segunda casa... um
lugar cheiinho de crianças alegres que corriam para lá e para cá, sem cansar...
e rapidamente se transformavam em pequenos anjinhos quando entravam na sala de
aula.
No trajeto de volta da escola, ia
tentando adivinhar,pelo aroma, as refeições que estavam sendo preparadas no
interior das casas... e qual não era a minha felicidade quando aproximava-me da
minha e logo sentia aquele cheirinho único de comidinha de vó. Não sei
explicar... era muito diferente!
Logo após o almoço, vinha a sesta da
família, menos a minha que nunca acontecia. Aproveitava então para ir brincar
no quintal, mas lembro-me como se fosse hoje, sentava-me próximo ao portão e ficava
observando a rua, as árvores, os carros, o sol brilhando forte. Será que é só
criança que ouve os pássaros, os cachorros e gatos? Não sei... Só sei que tudo
ali naquele lugar era muito interessante! Uma mistura de sons, que mais parecia
uma sinfonia... muitas cores e movimentos!
Só depois de tudo isso,lembrava-me dos
meus carrinhos e me divertia de forma tão intensa que, em um piscar de olhos,
minha avó vinha me chamar para lanchar. Claro que não seria preciso se eu não
tivesse mergulhado naquele mundo fantástico com muitos carros que iam e vinham,
estacionavam e voltavam a circular... E como eram iguaizinhos àqueles os quais
ficava horas e horas observando em minha rua... Não seria preciso chamar-me,
pois aquele cheirinho de bolo de fubá e café já começava a invadir todo aquele
espaço...
Após o café da tarde, no finalzinho do
dia, pegávamos as cadeiras e nos sentávamos à frente do portão junto com os
vizinhos e ali ouvia muitas histórias, conversas e até assuntos banais e curiosos,
os quais não entendia muito bem, mas não sei porque gostava de ouvi-los.
De vez em quando, nas tardes mais
quentes, saboreávamos um delicioso picolé da sorveteria que, por privilégio de
qualquer criança, era em frente de casa!
Na hora do jantar, todos os moradores da
casa sentavam-se em uma grande mesa e alimentavam-se, recontando as aventuras do
seu dia. Logo íamos dormir e um novo dia recomeçaria. Enfim, esse lugar onde moram
minhas memórias de infância tem cheirinho de casa de vó!
Texto escolhida para
participação nas “Olimpíadas de Língua Portuguesa”
Tema: O lugar onde vivo/ atrelado ao despertar da cidadania
Gênero: poema
Aluna:
Ana Júlia Sobrinho dos Santos 6º Ano A
Professora: Cícera
Meu espaço: minha
vida, meu aconchego...
O
Bairro onde moro
É pequeno, todos se conhecem
De dia os pássaros cantam
E à noite a lua ilumina o céu
A natureza canta e encanta esse
lugar
E o homem o que faz?
Quase nada, joga lixo na calçada,
emudece o rouxinol na gaiola.
Por isso se esse bairro fosse meu
Iria proibir que as pessoas
contaminassem o meio ambiente.
Se esse bairro fosse meu...
Iria proibir as pessoas de ficarem
tristes
Todos teriam que sonhar, sem ter que
pagar impostos.
Se esse bairro fosse meu...
As crianças deveriam rir e brincar
naquela pracinha verde,
Onde ainda os pássaros insistem em
cantar.
Se esse bairro fosse meu...
Não deixaria as pessoas passarem
necessidades, nem roubar, nem matar.
Se esse bairro fosse meu...
Seria um doce aconchego,
Onde quem conhecesse
Nunca mais gostaria de sair.
Se esse bairro fosse meu, seria de
todas as pessoas, de todas as crianças e de todos os animais.
Se esse Bairro fosse nosso,
viveríamos em constante harmonia com Deus, com os animais e com a natureza...
Ah! Se esse Bairro fosse nosso!
Texto escolhida para
participação nas “Olimpíadas de Língua Portuguesa”
Tema: O lugar onde
vivo/ atrelado ao despertar da cidadania
Aluna:
Vitória de Souza Pinto / 7 º Ano A
Professora : Cícera
Gênero: Memórias literárias
Tempos memoráveis
Lembro-me como se fosse hoje dos
dias de alegria vividos em minha rua, o lugar permanece o mesmo, o que mudou
foram as pessoas, suas atitudes e a sua interação com os outros e com o meio
ambiente.
Ainda pequenina de pé no chão podia
sentir o quanto as pessoas eram felizes, uma dava força para a outra nos
momentos difíceis que a vida nos impõe. Agora adolescente, percebo que não sei
por qual motivo, todos se afastaram.
Olham-se sem se ver. Esbarram-se, mas não se tocam. Falam-se, mas não param
para ouvir o outro.
O que aconteceu?
Enquanto a natureza, meu amigo, essa
continua a mesma apesar das devastadoras atitudes do homem. Outrora tudo era
belo, podia-se andar na rua com tranquilidade sem ter que sentir o cheiro da
poluição das chaminés das fábricas e das substâncias nocivas lançadas pelos
automóveis.
Será que essa poluição entorpeceu o
pensamento dessas pessoas?
A árvore que costumávamos brincar
embaixo, parece desbotada pelo tempo e pela incompreensão humana. Onde antes
aquele era um lugar repleto de risadas, gritos e cantar de pássaros, hoje reina
a sujeira. As risadas foram substituídas pelo barulho incessante dos carros de
uma avenida que foi construída ali por perto e os gritos de alegria foram alterados
por pedidos de socorro, pois muitos assaltos ocorrem nessa região.
Até as brincadeiras daqueles tempos
desapareceram. As crianças da minha rua não brincam mais como antigamente. Quem
não se lembra do pique esconde? Ou do pega-pega e queima? E até mesmo de soltar
uma pipa inocentemente e vê-la dançar no balanço do vento? Ah, que saudades eu
tenho!
Nos dias atuais as crianças quase
não brincam mais, nem mesmo se reúnem para conversar ou até mesmo para tomar
sorvetes nos dias quentes ou correr para se aquecer nos dias de inverno. Por
quê? As gangorras de madeiras e os balanços de pneus foram trocados por
celulares, computadores e tabletes. Enfim, a palavra brincar está sendo
substituída pelo termo acessar e eu só tenho a lamentar.
Onde estão os memoráveis por de sol?
E mal conseguíamos esperar as
festividades de junho. Na época das festas juninas, a nossa rua era fechada e
as pessoas, as comidas e as brincadeiras passavam a compor esse cenário. As
gargalhadas se combinavam com o som da quadrilha. Ainda hoje posso sentir o cheiro daquela
pipoca feita ao relento. Agora tudo se perdeu, até o cachorro quente não tem o
mesmo sabor.
Tenho saudades até das fofocas da
Dona Sebastiana que se reunia na rua para falar de um casal de namorados que se
abraçava em um banco de praça e inebriados pelo amor mal não davam atenção aos
murmúrios que se espalhavam pela noite.
Quem não se lembra do gelinho da
Dona Maria? Melhor ou igual não há. Em momentos de calor ela os fazia e os
distribuía às crianças, simplesmente pelo prazer de dar e vê-las sorrir. Hoje
ela não existe mais e a sua casa está vazia como os corações dos homens que
moram nesse lugar.
Antigamente em meu bairro tudo era
colorido, os pássaros cantavam anunciando um novo dia e a noite era presenteada
com a beleza da lua e das estrelas que iluminavam, enchiam de tranquilidade e
acalentavam de paz os nossos corações.
Espero que um dia essa saudade possa
se transformar em realidade e tudo possa se transformar como era outrora na
minha rua, onde ser criança era mais fácil e prazeroso.
Olegário T.
Júnior – 1º B
ProfªElizângela
Áreas Ferreira de Almeida
Poderia falar de muitos
lugares famosos desses que aparecem nas revistas e filmes... Mas prefiro falar
de um lugar simples, mas cheio de significado: minha casa! Não, não é uma casa
muito engraçada que só tem tetos e mais nada. É um mundo. Isso mesmo, um mundo
de histórias e lembranças. Um mundo que acorda todos os dias às seis horas e adormece
logo após o jantar.
É neste lugar que um
dia me pus a pensar... e aos poucos, sentado na varanda, observando as nuvens
pálidas que anunciavam um temporal, eis que me surgem, no mundo de minhas
ideias, imagens simultâneas que aos poucos se sobrepõem em minha mente e
direcionam meu olhar. Estou eu ali, parado e começo a ouvir as vozes das
crianças na praça dizendo: “Tá na mão!...”. É tarde de domingo e lá estão elas,
correndo de um lado para o outro atrás de uma pipa, mas sorriem e empurram-se, gargalham-se
e correm... afinal, brincadeira é um ato de gracejo, uma forma de encontrar e
compartilhar alegria. Não há transeuntes lá fora e o silêncio revela que a vida
resolveu dar uma pausa temporária e reforça ainda mais a preguiça do primeiro
dia da semana.
E de repente já é
segunda-feira... Posso ver a correria dos trabalhadores, homens uniformizados
de azul, laranja, alguns inteirinhos de branco... Alguns de moto, outros
apressados dentro de seus carros que buzinam apressados. Um carro a cada cinco
segundos atravessa o cruzamento movimentado bem ali à minha frente.
O tempo passa, o dia
nasce depressa e o sol já no alto do céu anuncia que há muito o que se
fazer!Nesse momento, meus pensamentos encontram a família toda reunida para o
jantar. O dia fora duro... muito trabalho e estudo, mas a prosa daquelas horas se
mostra muito boa! Trata-se de um momento único, repleto de emoções, quando todos,assentados
à mesa, aguardam a deliciosa comida de mamãe, e os acontecimentos do dia
começam a ser revelados... um a um! Quantas histórias...
A mente repousa então na
sala de estar, o lugar mais gracioso da casa, cheiode pufes, almofadas e
tapetes... e o coração desacelera de seu desenfreado pulsar.
É hora de dormir, todos
nos saudamos, mas ao entrar no quarto e me aproximar da janela para fechá-la,
sinto o ar puro vindo de fora e algo me convida a apreciar aquela paisagem tão
conhecida que é a do quintal de casa.
Debruço-me sobre a base
da janela e fecho os olhos...é como se minha mente esvaziasse e eu pudesse ouvir
o respirar das árvores do pomar. Então, abro meus olhos e fixo-os em um caule
rodeado por folhas secas, rodeado de tantos outros galhos sem vida, mas avisto
ainda, bem lá no alto, uma única folha tomada pela clorofila: uma esperança!
Quanta água, meu Deus!
Não para mais de chover neste lugar... e eu aqui, verdinho em folha... com um sol enorme brilhando
dentro de mim! É hora de estudar... pois a vida neste lugar, começa muito cedo
e não espera ninguém acabar de sonhar!